Fixe um horário para usar o celular.
Quando somos crianças, nossos pais sempre nos colocam limite nos nossos horários. Eu conheço alguns pais que não colocam limite algum nas crianças, mas, independente de eu concordar ou não, a verdade é que a gente não tem noção alguma de limites, independente da idade. Mas quando se é criança, em teoria, existe um responsável pela gente. Mas quando ficamos adultos, viramos crianças de tamanho grande, que acham que não tem problema estabelecer limites. Terreno fértil para que o vício de celular nos traga problemas.
Me incomoda quando estou com amigos e eles ficam, por exemplo, direto no celular. Ou mesmo quando dão uma olhadinha, o tempo passa e ficam presos lá por uns bons minutos.
Pessoalmente eu há pelo menos uns cinco anos ando detestando celular e redes sociais. Muito talvez pelo que andei lendo e assistindo sobre — recomendo os essenciais "Dilema das redes" e o "Q: De olho na tempestade" — e eu vejo que nesse momento que todo mundo para as coisas para mexer no celular, eu sou um dos únicos que o coloca de lado e continua querendo essa interação social mais raíz: o olho-no-olho.
Eu mesmo passo ás vezes dias com o celular desligado quando estou de saco cheio. Muitas vezes nem mesmo eu o tiro do silencioso, ou do modo avião. E vou admitir que tenho colhido muitas coisas boas dessa abnegação: tenho lido mais livros, tenho desenhado mais, e todas as minhas atividades têm rendido muito.
Redes sociais possuem em apelo imenso para manter as pessoas conectadas sempre. Quase todas as pessoas que conheço respondem mensagens instantaneamente, ou levam no máximo meia hora para responderem. Talvez o rendimento de grande parte delas esteja caindo de maneira muito forte sem que elas percebam. Já ouvi casos de pais cujas crianças estavam se sentindo abandonadas por conta do vício deles por redes sociais.
Talvez o extremo também não seja bom. Tenho amigos que demoram em média três meses para responderem (sem exagero). Mas acho que uma coisa que faria bem seria limitar o tempo, como nossos pais faziam conosco quando éramos crianças.
Afinal, a gente sem limites, se deixar a gente fica o dia inteiro fazendo a mesma coisa. Por isso a mãe sempre nos falava: "O horário de ver tevê é só de tarde, jogar videogame apenas por tantas horas, e você tem que fazer a lição de casa". Quando a gente vira adulto, por conta dessa idéia de liberdade sem limites, a gente acaba esquecendo que a própria liberdade só é saudável quando se coloca limites.
Acho que um bom começo é estipular horários. Tire duas meias horas por dia, uma de manhã e outra a noite, e estipule que redes sociais você só vai usar nesses horários. Nada de "dar uma olhadinha" durante o dia. Se as pessoas quiserem te encontrar, só vai ser nesses horários, pois você não pode viver sua vida para usar redes sociais.
O problema maior é que nessa vida onde buscamos likes, e não queremos nunca ficar sozinhos, acabamos nos rendendo às mídias sociais pensando que vão preencher esse buraco, quando na verdade elas viciam as pessoas, deixam elas em estresse contínuo com a campainha do Whatsapp ou Messenger do Facebook, e as deprimindo por sempre verem "apenas a felicidade" que os outros escancaram nas redes sociais, fazendo-nos achar que nossas vidas são imperfeitas e medíocres.
Lembre-se que Facebook, Tiktok, Google, e tantas outras, são empresas que buscam o lucro. E o lucro delas se baseiam em pegar suas informações e mostrarem propagandas relativas ao que descobrem de você. Elas não estão interessadas se você vai se atrasar para chegar ao trabalho pois ficou respondendo a algum comentário no Facebook, ou se você vai deixar de dar atenção para seu filho para postar vídeo do quanto você é feliz nos stories. É uma máquina para literalmente deixar as pessoas mais e mais presas ali. E como são todos adultos, se aproveitam dessa libertinagem adulta para tornar as pessoas mais e mais dependentes do seu uso.
Limite seus horários, esconda o celular, ou mesmo o desligue. Muita coisa vai mudar, e você vai colher muitas coisas boas, como ando experienciando.
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