Livros 2022 #10 - Lute como uma garota (2016)
Li recentemente o "Lute como uma garota: 60 feministas que mudaram o mundo", obra da estadunidense Laura Barcella e da brasileira (e minha amiga) Fernanda Lopes. De início achei que a Laura também fosse brasileira, a grafia do nome parece muito comum daqui, mas vi que esse livro na verdade é a tradução da versão gringa original "Fight like a girl" com a adição de quinze perfis de mulheres brasileiras no final pela Fernanda.
O livro é muito bem organizado. São todos perfis, contendo o porquê da fama daquela mulher em específico, o legado que cada uma deixou, e uma rápida biografia. Depois disso tem um box com curiosidades e realizações, e frases famosas dita pelas mesmas. No final do livro possui também referências bibliográficas sobre quem foi retratada, para que a leitura e o conhecimento continue.
É uma porta de entrada perfeita para quem quer saber mais sobre o feminismo! Ao conhecer as histórias de tantas mulheres inspiradoras, partindo das pioneiras Mary Wollstonecraft, Sojourner Truth, e Elizabeth Blackwell, indo até exemplos bem mais contemporâneos, como Hillary Clinton, Beyoncé e Madonna. Todos perfis muito bem organizados e escritos, nos dão uma noção do quanto foi conquistado em cada época, e o quanto o movimento ainda luta para superar.
Gosto muito pois a Laura teve um carinho especial no protagonismo negro feminista! Dá muito orgulho ver todas as lutas e conquistas por parte delas, são muitos perfis de mulheres negras, e isso é um aspecto muito positivo da obra. Talvez a parte que poderia tecer críticas é ter muitos perfis de norte-americanas, mesmo que existam personalidades internacionais como a Malala, Simone de Beauvoir, e a Yayoi Kusama.
Na segunda parte, a Fernanda Lopes nos presenteia com quinze perfis de mulheres brasileiras que não tem como o coração não se encher de orgulho! Muitas ali me deixaram profundamente emocionado, como da Chiquinha Gonzaga e da Bertha Lutz. Isso sem contar a pioneira do feminismo do Brasil, Nisia Floresta.
E como vou puxar sardinha para meus conterrâneos, arrisco dizer que os textos brasileiros são um pouquinho superiores aos americanos, haha!
Mas independente de qualquer coisa, o livro é um ótimo ponto de partida para informação. O Brasil regrediu muito com esse último presidente. Livros assim não deveriam ser tão essenciais em pleno 2022. A luta e as conquistas são do feminismo, nós homens temos mais que a obrigação de conhecer e incentivar isso tudo. Em entender sua visão de mundo, respeitá-las e entender que a responsabilidade de um mundo mais igualitário é de todos nós. E que todos nós ganhamos com isso.
Meu recado para você, especialmente que é homem, é: deixe de achar que é rivalidade, ou que é uma "guerra de gêneros". O mundo precisa mudar, essa luta é muito antiga, e todos ganhamos com os frutos de uma sociedade mais igual. Portanto vamos conhecer, vamos ouvir, e vamos aprender. Se a mudança não ocorrer dentro de gente, nunca alcançará todo o planeta.
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