Apologia aos remédios psiquiátricos.

 Hoje está fazendo quinze dias que comecei a tomar medicamentos para combater minha depressão. Quase como um presente de aniversário, foi na semana em que eu faria 34 anos que consegui marcar a consulta. Acho que eu fui com uma esperança. Se pelo menos tirasse um pouco essa melancolia de dentro de mim, já seria um baita presente. Mas foi muito melhor do que eu poderia imaginar.

Minha luta contra a depressão já dura quase dez longos anos. Um tempo em que buscava soluções das mais diversas maneiras, e nunca encontrava — e os sintomas dessa doença apenas aumentavam. Esse ano, no dia 19 de abril, foi a primeira consulta na psicóloga depois de tanto tempo! E desde o começo ela insistia que eu marcasse uma consulta com psiquiatra, afinal os dois tratamentos devem caminhar juntos!

A consulta foi muito boa. Os remédios que a psiquiatra passou eu nunca cheguei a tomar antes, mas hoje, depois dos quinze dias para começar a sentir o efeito, percebi mudanças excelentes. O remédio da noite não apenas ajuda a ter sono, como sinto meu sono profundo como há anos não sentia. Sabe aquela sensação gostosa de acordar a noite "bêbado" de sono na madrugada quando vamos ao banheiro? Acho que a última vez que senti isso foi na adolescência. Senti que o sono passou a ser revigorante, eu acordo e fico o dia bem. E isso se considerar que os efeitos bons estão apenas começando!

O remédio do dia me ajuda não apenas com a tristeza e melancolia, como está tratando coisas que também apareciam por conta dela: a ansiedade e o sono que nunca passava, e me fazia querer ficar na cama o dia inteiro. Eu não sinto mais a necessidade de tirar sonecas a tarde, e sinto que minha cognição está bem melhor do que antes. Uns três livros que estavam empacado foram lidos em poucos dias!

A dica que eu dou é, não apenas busquem ajuda psiquiátrica, como também saibam comunicar corretamente ao psiquiatra o que você sente para que o medicamento vá de encontro com suas expectativas.

Primeiro conte como você está agora, se você está sempre triste, desmotivado, ansioso, ou irritadiço. Fale especialmente das coisas que mais te incomoda, mas fale dos seus sentimentos, do que está dentro de você. Em segundo lugar fale de você, comente se você é normalmente uma pessoa alegre, se gosta de trabalhar ou estudar, se é criativo, se é avoado, se é inteligente, etc. E em terceiro lugar, diga quais suas expectativas pro futuro, o que espera depois do tratamento, se você quer ter uma vida melhor, se você quer perder o medo de viajar, se quer ser mais ativo na vida, etc.

Seguindo esses três passos você vai poder oferecer ao profissional uma descrição melhor para que ele possa indicar um medicamento que vá de encontro com o que você espera.

Na consulta, falei com a psiquiatra que vir àquela consulta era como tentar voltar a ter esperança. O tratamento está apenas no começo, mas sinto conseguir ver uma luz no fim do túnel.

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