Poder criticar é o que possibilita nossa evolução.


É claro que haverá erros, escândalos, críticas, se o candidato na frente das pesquisas levar. Nosso país não vai se tornar mil maravilhas no dia primeiro de janeiro. Críticas sempre devem existir em um país democrático. Mas quando o atual chefe de estado dessa nação continua divulgando esse mundo cheio de mentiras que ele insiste em repetir, sem dar margens a reflexões, críticas, conversas, ou negociações, a gente simplesmente não evoluirá jamais.

Como eu disse no post sobre remédios psiquiátricos, pessoas estão achando que vivem em um mundo nos moldes de filmes de Hollywood. Conspirações em todo o canto, pessoas dizendo que possuem a verdade, quando na verdade são sempre notícias falsas. Como se elas tivessem acesso a informações privilegiadas que o governo esconde, sobre doenças, extraterrestres, e segredos cabeludos.

Isso não existe.

Quando eu era criança, dizia: "Mas todo mundo na sala também foi ruim na prova", meu pai sempre me dizia: "E por acaso você é todo mundo?". Essa retórica absurda de, quando questionado ou criticado sobre algo sobre ele mesmo, o incumbente chefe dessa federação muda de assunto e fala que o outro também tem defeitos é algo muito raso e baixo.

Para superarmos nossos problemas precisamos de planejamento e organização. Quando questiono sobre queimadas na Amazônia, não quero saber das florestas da Califórnia. Essa coisa do "sujo falando do mal lavado" não é para apontar defeitos no outro e ficar por isso mesmo. É para nós refletirmos sobre o que estamos fazendo e tomarmos uma ação para mudar. Não quero saber dos problemas do outro, quero resolver o nosso problema.

É de uma babaquice sem noção quando os seguidores do líder incumbente bradam que criticá-lo é querer o mal para o Brasil. Parece essa coisa familiar nojenta de que não podemos criticar nossos pais senão quer dizer que não os amamos.

Sempre será um saco receber críticas. Ninguém absolutamente gosta. Ficamos pra baixo, achamos que erramos, pois nosso cérebro foi feito para supervalorizar os erros para nossa própria sobrevivência na natureza.

Mas criticar é tomar uma ação quando queremos que as coisas mudem. Alertamos que algo está indo na direção errada, e precisamos mudar. E a pessoa que colocamos como líder de estado tem que ser uma pessoa que ouve e aceita críticas. Que tenta melhorar, que tenta dialogar.

No fundo o atual líder dessa nação nunca quis governar. Ele só queria vencer o partido que estava antes no poder, e ter um foro privilegiado para evitar de ser preso. Podia muito bem continuar como deputado, fazendo barulho. Mas seu governo, que terminará nesse ano, deixará muitas feridas sociais graves.

Eu não queria estar na pele de quem vai vencer a eleição. Não será um governo perfeito. Mas será alguém democrático, alguém disposto a ouvir, alguém que viu o que o extremismo pode levar. E, assim como eu disse que críticas nos ajudam a nos elevarmos como seres pensantes, que o errado atual sirva para evitar erros no futuro.

Já conhecemos o fundo do poço. Vimos o que acontece quando elegemos uma pessoa despreparada, tanto para conversar e negociar, quanto para governar. Torço para que todos os partidos que possuam compromisso com a democracia possam guardar o atual como um exemplo do que é errado. Que é errado agredir, que é errado não ter compaixão, que é errado ameaçar o Estado Democrático de Direito, que é errado deixar o mercado correr sem regulamentação nenhuma, que é errado pregar liberdade de expressão quando o objetivo é ofender ou atacar os outros.

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