A chegada do grande dia.
No capítulo anterior...
Dia 27 de julho fui pra Campinas, num encontro com os praticantes jovens de lá. Foi ótimo.
Ainda em agosto, fui colocado num grande dilema antes de ir. Eu sou uma pessoa brincalhona, e de fato 98% das pessoas aceitam bem, mas acontece dos dois porcento não gostarem. É natural, e acho que ainda assim é um número bem interessante, acredito. Mas ouvi reclamações.
Muito era pelo momento que eu passava. Infelizmente fui fraco, estava passando por diversas dificuldades e deixando meu lado sombrio pesar sobre meu lado iluminado. Isso é um dilema pessoal meu, deixar de ser um pêndulo que fica entre a luz e a sombra e tentar achar um meio termo. Isso tudo me fazia pensar: será que seria esse o momento de eu deixar de ser a pessoa extrovertida que eu sou e virar um adulto sério?
Pensava muito nisso. Eu lembro que quando era criança muitas pessoas foram rudes e maldosas até comigo. Isso me deixou meio com "síndrome de Peter Pan", logo eu tento fazer com que as pessoas se sintam o melhor possível quando estão comigo.
Isso veio antes de budismo, antes de qualquer coisa. Sempre acreditei que levando humor e fazendo as pessoas se divertirem - nem que seja naquele breve momento - seria algo que traria felicidade para as pessoas.
Porém, esse meu lado mais sombrio estava mais evidente: Estava magoado com minha mãe, que pisou em mim quando eu estava mal em maio, as coisas não estavam dando muito certo, uma pessoa que ajudei com todo meu coração se virou contra mim, uma coisa digamos... Espiritual, brotou em mim e eu não consigo ter o controle disso ainda, e justo nesse momento que não estou atrás de mulheres pra ficar me estressando com relacionamentos elas estão brotando aos montes.
Sabe, eu sou desses que acredita que o sexo frágil mesmo é o homem. Quer um bicho mais frustrado do que um homem padrão? Ter que se mostrar sempre machão e comer qualquer biscate na rua para provar algo para os outros. Sem contar que mulheres aguentam muito mais porrada da vida do que nós homens, e muitas vezes elas, se colocando no lugar de sexo frágil, pisam mais na gente quando a gente está mal, e fazem isso inconscientemente muitas vezes.
Nós homens, e héteros, somos sensíveis também. Não queremos que pisem na gente mais ainda quando estamos no chão. Ainda mais pelas mulheres que amamos.
Mas aquilo era um questionamento filosófico, que fazia parte dos meus valores. Virar uma pessoa séria e chata, ou continuar machucando as pessoas com minhas brincadeiras, especialmente nos momentos em que mais estou vulnerável.
No dia da viagem um grande amigo estava passando por muitas dificuldades. Fiquei com muito medo, pois sentia o desespero dele. Óbvio que vou manter em segredo quem era, mas era uma situação bem grave. Embarquei na noite do dia 15 rumo à Chicago pensando em tudo isso. A cabeça estava a milhão, mas nenhuma preocupação minha era tão grande como a com esse meu amigo. Desejei com todo meu coração que ele estivesse bem, mesmo que externamente eu não demonstrasse isso. Eu era a única pessoa que ele podia contar, e eu estava de braços atados.
Lembro que minha mãe, desde que eu era muita criança, sempre me ensinou o valor da fé. "Quando tudo der errado, ajoelhe e ore". Fé sincera em prol dos outros. Embarquei aquele dia assim, esperando que tudo terminasse bem. E que quando eu voltasse, desejei que esse amigo estivesse bem também. Foi um peso espiritual forte, mas eu tinha uma missão. Foi com esse pensamento que eu embarquei.
O resto, deixei nas mãos dos Budas. Eu sabia que o que quer que acontecesse, eram os desejos deles. Tudo o que pude fazer era confiar, como sempre fazia.
Continua...
Dia 27 de julho fui pra Campinas, num encontro com os praticantes jovens de lá. Foi ótimo.
Ainda em agosto, fui colocado num grande dilema antes de ir. Eu sou uma pessoa brincalhona, e de fato 98% das pessoas aceitam bem, mas acontece dos dois porcento não gostarem. É natural, e acho que ainda assim é um número bem interessante, acredito. Mas ouvi reclamações.
Muito era pelo momento que eu passava. Infelizmente fui fraco, estava passando por diversas dificuldades e deixando meu lado sombrio pesar sobre meu lado iluminado. Isso é um dilema pessoal meu, deixar de ser um pêndulo que fica entre a luz e a sombra e tentar achar um meio termo. Isso tudo me fazia pensar: será que seria esse o momento de eu deixar de ser a pessoa extrovertida que eu sou e virar um adulto sério?
Pensava muito nisso. Eu lembro que quando era criança muitas pessoas foram rudes e maldosas até comigo. Isso me deixou meio com "síndrome de Peter Pan", logo eu tento fazer com que as pessoas se sintam o melhor possível quando estão comigo.
Isso veio antes de budismo, antes de qualquer coisa. Sempre acreditei que levando humor e fazendo as pessoas se divertirem - nem que seja naquele breve momento - seria algo que traria felicidade para as pessoas.
Porém, esse meu lado mais sombrio estava mais evidente: Estava magoado com minha mãe, que pisou em mim quando eu estava mal em maio, as coisas não estavam dando muito certo, uma pessoa que ajudei com todo meu coração se virou contra mim, uma coisa digamos... Espiritual, brotou em mim e eu não consigo ter o controle disso ainda, e justo nesse momento que não estou atrás de mulheres pra ficar me estressando com relacionamentos elas estão brotando aos montes.
Sabe, eu sou desses que acredita que o sexo frágil mesmo é o homem. Quer um bicho mais frustrado do que um homem padrão? Ter que se mostrar sempre machão e comer qualquer biscate na rua para provar algo para os outros. Sem contar que mulheres aguentam muito mais porrada da vida do que nós homens, e muitas vezes elas, se colocando no lugar de sexo frágil, pisam mais na gente quando a gente está mal, e fazem isso inconscientemente muitas vezes.
Nós homens, e héteros, somos sensíveis também. Não queremos que pisem na gente mais ainda quando estamos no chão. Ainda mais pelas mulheres que amamos.
Mas aquilo era um questionamento filosófico, que fazia parte dos meus valores. Virar uma pessoa séria e chata, ou continuar machucando as pessoas com minhas brincadeiras, especialmente nos momentos em que mais estou vulnerável.
No dia da viagem um grande amigo estava passando por muitas dificuldades. Fiquei com muito medo, pois sentia o desespero dele. Óbvio que vou manter em segredo quem era, mas era uma situação bem grave. Embarquei na noite do dia 15 rumo à Chicago pensando em tudo isso. A cabeça estava a milhão, mas nenhuma preocupação minha era tão grande como a com esse meu amigo. Desejei com todo meu coração que ele estivesse bem, mesmo que externamente eu não demonstrasse isso. Eu era a única pessoa que ele podia contar, e eu estava de braços atados.
Lembro que minha mãe, desde que eu era muita criança, sempre me ensinou o valor da fé. "Quando tudo der errado, ajoelhe e ore". Fé sincera em prol dos outros. Embarquei aquele dia assim, esperando que tudo terminasse bem. E que quando eu voltasse, desejei que esse amigo estivesse bem também. Foi um peso espiritual forte, mas eu tinha uma missão. Foi com esse pensamento que eu embarquei.
O resto, deixei nas mãos dos Budas. Eu sabia que o que quer que acontecesse, eram os desejos deles. Tudo o que pude fazer era confiar, como sempre fazia.
Continua...
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