Trial of Sword & Champion's Ballad (Zelda: Breath of wild DLCs) (2017)

Quando fiquei doente com Covid-19 em janeiro, não vou mentir que senti medo. O vírus está matando muita gente jovem, muita gente saudável e sem nenhum tipo de problema. Além de revoltado por ter ficado doente mesmo seguindo todos os cuidados, pensei: "cara, tem jogos aqui que eu não joguei ainda", incluindo as DLCs do Zelda: Breath of the Wild. Só se vive uma vez, então decidi botar pra rodar! Como fazia tempo que joguei, aproveitei e comecei um jogo novo do zero também. 350 horas depois, aqui está meu veredicto!

Eu já falei sobre esse game aqui, porém naquela época eu não joguei as DLCs. Dessa vez eu joguei mais uma vez o game original, do começo ao fim, e explorei os conteúdos das DLCs no meio. A Nintendo lançou dois conteúdos por DLC: Trial of Sword e depois o Champion's Ballad. Não são super conteúdos como outras empresas fazem, mas de alguma forma ajudam a encorpar a estória!

Abaixo contém SPOILERS!! Leia por sua conta em risco.

Trial of Sword

O primeiro, Trial of Sword, não possui muita história. É mais mesmo uma série de desafios que você pode fazer para aumentar o poder de ataque e durabilidade da Master Sword. Para ativá-los você deve ir lá onde você pega a Master Sword, em Lost Woods, e fincá-la no pedestal para ser transportado para os desafios.

São três níveis: beginning, middle e final trials. Neles você entra pelado: sem armas, sem armadura, sem arcos, nada. Seus corações são os mesmos que você já tem no jogo, mas ainda assim, sem proteção ou armas boas uma porção de golpes pode ser mortal, por mais que você tenha corações. É muita adrenalina, pois os desafios começam fáceis e vão, obviamente, ficando mais e mais difíceis! Começa matando Bokoblins vermelhos fraquinhos e terminam contra guardiões, Linel, Hinox, e outros bichos super fortes.

E lembrando que você tem que sempre se virar com o que o jogo dá de arma e equipamento. E nem sempre são coisas muito boas, mas é possível passar. Os iniciais e os intermediários eu terminei de primeira. Mas os finais eu penei bastante. O nível vai ficando absurdo, e apesar de você ter algumas regalias, como comidas que o jogo vai dando, se perder qualquer round, mesmo que você esteja no penúltimo, faz você ser obrigado a voltar tudo do começo!

Sempre no final dos desafios sua Master Sword vai aumentando um pouquinho de força e brilho. A espada que você inicialmente tem poder de 30, aumenta pra 40, 50 e no final 60 quando reconquista todo seu esplendor. Eu pensei que isso a tornava indestrutível (ou, no caso, como ela não pode ser destruída, sem ela esgotar o poder), mas não. Demora bem mais para ela ficar sem energia, mas ela eventualmente enfraquece.

Mas ainda assim é uma forma de aumentar ainda mais a força apelona da Master Sword no jogo! E isso ajuda muito na última dungeon, especialmente contra os guardiões.

Champion's Ballad

Essa é uma DLC com "D" maiúsculo!

Quando você derrota as quatro Divine Beasts, a Zelda aparece por telepatia e diz que tem um novo desafio para você. Mas para isso você tem que ir até a Shrine of Ressurection e colocar o Sheikah Slate lá. Ao obedecer a ordem da loirinha, um treco aparece ao lado do Link: a lendária arma "One-hit Obliterator" (o obliterador de único golpe).

É uma arma bem brega e feia, parece um "tridente de quatro dentes", mas ela é capaz de derrotar absolutamente QUALQUER inimigo com apenas um fucking golpe. Mas ela tem um preço também: ao equipá-la você fica no seu último coração, te tornando também alguém que pode cair com qualquer golpe do inimigo, não importa o que você faça (exceto, claro, desequipar a arma).

Quando você a pega, a missão é andar por todo Great Plateau (a área inicial do game) e ativar quatro Shrines inéditas com desafios novos lá dentro. São Shrines diferentes, mais pontudas, e depois você pode usá-las para viagem rápida. Mas pra dar uma dificultada, o Great Plateau, antes habitado só por Bokoblins fracotes, agora está com outros bichos mais poderosos. E, pra deixar as coisas ainda mais interessantes, o One-hit Obliterator depois de dois golpes apaga, e você tem que esperar ele acender de novo (mas não demora muito, apenas alguns segundos).

Apesar de que a gente tem que fazer muita tática e queimar os neurônios pra ativar as Shrines e ficar vivo sem tomar um único golpe, é divertidíssimo! Mas o negócio não acaba aí:

Depois de ativar as quatro Shrines, o poder do One-hit Obliterator ascende aos céus e vai para os quatro reinos de Hyrule. Você recupera sua vida mas perde a arma mais apelona do jogo! E em cada um desses lugares começa a segunda parte da história!

Em cada um dos quatro reinos (Zora's Domain, Goron City, Gerudo Fortress e Rito Village) uma pilastra foi erguida (foto acima). Ao se aproximar delas, a gente vê um mapa apontando a direção para uma Shrine. Normalmente tem uma quest simples pra desbloqueá-la, mas nada muito difícil. Ás vezes envolve derrotar versões mais poderosas dos mini-chefes do jogo (como Moldugas ainda mais fortes lá no Gerudo Desert), mas ainda assim é super divertido. É um baita desafio para nossas habilidades, e como agora não tem mais que usar o One-hit Obliterator, podemos ir com tudo com as armas que jogamos no jogo e os equipamentos à vontade.

Ao pegar todos os Orbs dentro das Shrines em cada um dos reinos, mais um desafio nos aguarda... Nas DIVINE BEASTS (abaixo, a Divine Beast vah Naboris)!

Ao viajar para elas, o Kaz, aquele Rito que vive com uma sanfona, diz que sabe uma canção passada pelo professor dele. Uma canção para cada um dos campeões. Ao ouví-la você é transportado para dentro da Divine Beast e tem que derrotar os chefes delas novamente (Fireblight Ganon dentro do Rudania, Waterblight Ganon dentro do Ruta, Windblight Ganon no Medoh e Thunderblight Ganon lá no Naboris).

Ao derrotá-los novamente, você recupera uma memória do campeão que você foi desbloquear a balada correspondente. São memórias sem o Link, são passagens onde a Zelda foi até cada um deles e os pede para juntar-se a ela para derrotar o Calamity Ganon que está prestes a voltar.

São cenas lindas, onde cada uma delas arrancou lágrimas dos meus olhos!

A que eu mais gostei foi a cena em que a Zelda vai ao encontro da Urbosa (acima), para pedir a ajuda dela na luta contra Calamity Ganon. Lá é revelada a relação profunda que Zelda tem com a Urbosa, que é a madrinha dela. A Gerudo conheceu a falecida mãe da princesa, e conta o motivo de chamá-la de Passarinho (little bird, em inglês). A cena é linda, mesmo revendo agora ao escrever esse post, derrubei lágrimas aqui.

E depois de fazer nos quatro reinos, e liberar as quatro novas memórias, ainda temos a chance de ver uma memória extra, de quando os quatro campeões, mais o cavaleiro da princesa (o Link) foram apontados pelo próprio rei Rhoam (o papai da Zelda). A cena termina de um jeito super fofo, onde uma foto em grupo é tirada!

Talvez esses acontecimentos sejam mais explorados no game que precede Breath of the Wild: o recém lançado Hyrule Warriors: Age of Calamity.

Depois de tantas emoções, existe ainda uma missão final, onde você tem a chance de voltar mais uma vez onde o jogo começou (a Shrine of Ressurection) e descobrir que embaixo dela se esconde a última dungeon do jogo: a Divine Beast Tamer, um calabouço bem complicadinho, nos moldes das Divine Beasts que encontramos no jogo, e o chefe mais difícil, mas numa batalha bem divertida até, o Monk Maz Koshia (acima), que desafia Link em troca do último poder do Sheikah Slate: a Cycle Zero (abaixo), uma moto louca para andar por Hyrule quando estiver quiser dar uma folga ao seu pocotó.

As DLCs deixam esse gostinho de quero mais, mas o jogo original em si já é muito completo, esse conteúdo extra é mais a cereja do bolo mesmo. Isso sem contar as diversas novas roupinhas que espalhadas por outras quests menores que também são desbloqueadas junto das DLCs: ao encontrar esses baús escondidos por toda a Hyrule, você tem acesso a itens clássicos da série, como uma fantasia de Phantom Ganon, até a própria Majora's Mask! Cada uma dessas roupinhas extras dão um efeito diferente no game, além da roupa do Rex, de Xenoblade Chronicles 2.

Sem mais, valeu cada hora. Reviver tudo foi inesquecível, e tenho certeza que ajudou ainda mais na minha recuperação da doença. Foram dois meses jogando, e agradeço profundamente à Nintendo por proporcionar tantas coisas boas nesse épico game.

Só não peça pra que eu o coloque acima da minha tríade insuperável: em terceiro lugar Ocarina of Time, em segundo A Link to the Past e em primeiro, meu Zelda favorito de todos os tempos: Twilight Princess.

Nota: 10
(e tinha como dar menos?)

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