Doppelgänger - MAKING OF (3)

Continuando...

As investigações sobre Legatus/Vanitas (a organização que é controlada pelo Ar) leva aos braços executivos da organização: pessoas que atuavam na questão de controle econômico das coisas, e que pra protegerem suas identidades todos respondiam pela alcunha "Doe". "John Doe" (e suas variantes) é a versão em inglês de "Fulano de tal". Inclusive um dos líderes era um brasileiro (em 2012 o país ainda tinha uma economia forte no cenário internacional).

Mas foram estórias pequenas mesmo, eles morrem rapidinho, mas era pra demonstrar que eles eram peixe pequeno. Não teria como Ar com uma equipe tão pequena causar ataques de terrorismo econômico no mundo, e nesse momento o super-computador VOID é apresentado. Os Doe eram apenas bodes expiatórios, a culpa mesmo era de um computador que gerenciava todos os recursos e direcionavam para seus respectivos pontos.

Eliza Vogl acaba sendo descoberta e tentam matá-la, mas Nataku começa a nutrir sentimentos paternos com ela, e decide protegê-la como se fosse uma filha mesmo. Só faltava o judeu maluco do Schwartzman pra combaterem, e a luta no Monumento londrino. Pra quem não sabe, ele existe de verdade. Não cheguei a visitar muito, porque era ali perto da área dos bancos em Londres, mas visitei o suficiente pra saber como era. Tem como subir até o topo e ver a cidade de lá, mas hoje em dia é bem baixo comparado com outros pontos da cidade. Mas na época da sua construção, há séculos atrás, devia ser uma vista e tanto. Esse é o Monumento:


A luta entre Nataku e Schwartzman era como uma luta entre criador e criatura, pois foi ele quem drogou Lucca depois da morte dele na década de noventa e o ressuscitou. Inclusive todas as lavagens cerebrais e implantação de personas. Eu acredito muito que é bem possível criar algo como Matrix, pois o cérebro é feito de impulsos elétricos, você pode com cargas corretas criar sensações de fome, sede, cheiros e memórias. No fundo não é tão bizarro assim ou viajado, na verdade é bem possível.

Já perto do final, Agatha acaba sendo presa por ter se exposto pra ajudar o Nataku no meio da luta contra Schwartzman. Tentam estuprá-la inclusive, mas a Agatha é a Agatha. É a mulher que vale por um exército, e óbvio que o fim foi bem diferente da intenção, haha. Neige encontra e protege Eliza Vogl, mas o mais legal era o que estava acontecendo do outro lado da cidade, com o "Al" junto da Victoire.

Não era o Al. Ar aproveitou que ele era muito parecido com Al e usou isso ao seu favor pra, vamos dizer, "abusar de Victoire com autorização dela", pois ela achava que era o Al. Ninguém pode reclamar que isso era surpresa estilo Scooby Doo dizendo que dei pista nenhuma, pois o Neige viu que o Ar era parecido, mas perfeitamente distinguível do Al. Mas Victoire estava cega de amor, e caiu na conversa dele, e, bem, vamos dizer que rolou muita putaria.

O legal é que enquanto o Ar está lá no bem-bom com a Victoire (eu acho que até coloquei detalhes demais...), no mesmo tempo o verdadeiro Al está infiltrado numa reunião do Vanitas, que revelam o plano do Neo Chrysalis de nova ordem mundial, e pra isso o Ar criou um exército dos "Filhos de Arch" pra carregar os planos do seu pai (que ele mal considera, mas tudo bem). Mas no final o Al acaba sendo pego e descobre que quem ajudou o Ar a ser tão poderoso é ninguém menos que uma contraditória personagem do seu passado: Francesca Vittorio. Mas ele teria pouquíssimo tempo pra parar o Ar, e teria que correr até o distrito do Bank pra para-lo.

Nesse meio tempo, Neige depois de vasculhar todos os dados dos Doe atrás de pistas, encontra que todos procuravam a mando de Ar algo chamado "Rosebud". De acordo com o Ar, esse Rosebud seria a única coisa que poderia destruir o VOID, o super-computador onipresente e onisciente dele. E Saunders tinha o tal Rosebud, mas ela o passou para a Eliza Vogl!

E quando Al chega na Bolsa de Valores encontra Ar e Victoire. Essa parte é de quebrar o coração, e sei que mulheres iriam detestar essa parte, haha. Parecia mesmo que talvez Victoire teria um final feliz, mas amor não existe na vida real, e essa história não pretendia enganar ninguém. Mas Victoire é confrontada com a escolha: entre continuar se iludindo e ficar junto de Ar, ou encarar a realidade dura, que Al nunca vai amá-la, e vai continuar apenas usando-a sexualmente a iludindo pelo resto da vida.

Que fique bem claro que a Victoire sempre consentiu as trepadas com o Al. Nunca foi nada forçado. E eu quis mostrar que as mulheres ás vezes se iludem tanto com homens que muitas vezes o resultado de uma relação consentida (e ilusória) pode causar ferimentos muito mais profundos do que uma violência sexual.

Victoire não consegue se decidir. Mas Al não pode perder tempo, ele tem uma missão a fazer, e ele poderia parar o Ar ali antes dele concluir os planos dele dentro da Bolsa de Valores. E Al então friamente atira nela.

Sabe, eu fiquei semanas antes desse capítulo pensando se eu a mataria mesmo ou não. Victoire é uma mulher meio louca, e mulheres loucas causam tanto dano quanto homens canalhas. Mas no final, achei que deixar a Victoire viver a faria sofrer ainda mais do que se tudo tivesse terminado ali. Se o Al atirou pra matar ou não vou deixar em mistério ainda, afinal mesmo homens acabam desenvolvendo uma empatia mínima com alguma mulher que faz sexo com ele. Mas pode ser que ele a quisesse libertar desse sofrimento dela, e teria realmente tentado matá-la como um gesto de compaixão. Vou deixar isso em aberto ainda pra decidir nos próximos livros. Mas se você torce pra uma redenção e o casal junto, já pode desistir pois isso não vai acontecer.

O que decidi mesmo é que Victoire não morreu. E Al entra pra ir atrás de Ar, e começa a última parte da história.

Essa parte tem muita coisa, mas vou focar na misteriosa aparição de Arch. Sim, sei que pessoas vão ficar com aquela dúvida imensa: se era real mesmo, se era coisa da cabeça do Al, se era um espírito que apareceu, enfim. Vai ficar pros próximos livros! Hahaha. Mas o que mais vai dar gancho pro passado e futuro nem é tanto a aparição de Arch, mas sim o assassinato brutal de Dietrich que aconteceu ali. Sim, ele morreu mesmo, mas porque raios o Arch, uma pessoa tão bondosa, justa e bacana iria matar um cara queimando-o até virar cinzas ainda vivo? Anotem aí: isso ainda vai dar muito pano pra manga.

Ah, e eu presto várias homenagens com várias referências durante toda a história. O nome desse capítulo, "Stronghold Showdown" é o nome de uma das fases finais do jogo Donkey Kong Country 2. É a fase que é apenas uma cutscene com o Diddy e a Dixie indo salvar o Donkey Kong, mas ele acaba sendo levado pelo Captain K. Rool.

Al pega Eliza Vogl até o terminal do VOID e instala o Rosebud. Mas aí justo nessa hora o Ar liga no celular dele e agradece por tudo o que ele tinha feito. Que na história inteirinha ele estava sendo manipulado, e explica que o Rosebud na verdade era um código de encriptação ultra-secreto que criava títulos do governo e depois os convertia em dinheiro vivo. Dinheiro, que era tudo o que o Ar precisava pra patrocinar seu plano de domínio mundial, desde manipulando empresas, até patrocinando terrorismo, inflação, quebrar economias, tudo. Era o cheat de dinheiro infinito que ele precisava pra fazer do mundo seu SimCity pessoal.

Mas de súbito um dos seus carinhas sobe correndo dizendo que tá rolando um incêndio onde o VOID está, o Ar desce (com Al o seguindo atrás) e o VOID, que até então ninguém sabia onde estava, é descoberto: seus servidores estavam no subsolo da Bolsa de Valores. Apesar de já ter perdido a luta, e o VOID ter feito todas as merdas (e plantado a semente pra tantas outras), ambos começam a batalha final. E Al, apesar de ser mais velho, sofre as consequências do envelhecimento acelerado do seu corpo (porra, Victoire!) e claro que ele toma uma surra do Ar.

Porém, do nada alguém aparece. E conforme ia se aproximando, se mostra sendo o Arch. Que naquele momento agarra Ar pelo pescoço e o ergue. Al vê e fica inconsciente (ah, ele tinha levado um tiro ainda!), acordando depois. A minha inspiração dessa cena é algo que eu tinha visto no mangá Mahou Sensei Negima:


Acho que agarrar assim era o melhor método de explicar o título do capítulo, "Subjugação". Arch aparecendo e agarrando o Ar e erguendo-o pelo pescoço, como se tivesse dominado-o. Era assim que a cena final do livro tinha se desenrolado na minha cabeça.

Embora eu tivesse colocado o capítulo final depois do epílogo, espero que não tenha causado confusão, mas a ordem é inversa. Achei que ficou melhor na ordem da leitura. O epílogo do Lucca (que foi Nezha e Nataku) encontrando depois de anos a mulher que amava, a Noriko Yamamoto, era um epílogo que eu tava querendo fazer desde lá atrás, quando escrevi pela primeira vez sobre ela. Imagino a surpresa de ter um filho já adulto, a esposa ainda estar gata, e uma filhinha nova adotada.

(mas pera lá, Noriko é asiática. Asiáticos envelhecem muito melhor que ocidentais! É óbvio que ela ainda deve estar gatíssima!)

E o último epílogo do Al, antes de voltar pro exílio, dando um tchau no túmulo da esposa e do seu irmão mais velho. Não é a primeira vez que eu termino assim, mas acho que sempre mostra que no final de tudo, tudo volta ao seu princípio, que são as saudades da sua esposa e irmão mais velho falecidos. Tipo uma tristeza que nunca cura, sabe? Pensando por outro lado, Al embora tenha algumas coisas bem diferentes de mim (umas até que eu gostaria muito, como ser um grande canalha com mulheres), existem muitas outras coisas que somos parecidos. Acho que essa tristeza que nunca cura pode ser uma das coisas em comum.

No próximo post, vou começar a falar dos personagens!

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