Acabou.


Enquanto estava em lágrimas, hoje, o professor Nelson deu um tapinha de caminhoneiro nas minhas costas e disse: "Calma, Sir Alain, calma".

Lágrimas nem sempre são sinônimo de tristeza. Lágrimas acima de tudo significam uma emoção forte. Tinha prometido há uma donzela - que infelizmente faleceu - que nunca mais choraria por nada. Já descumpri essa promessa um cem-número de vezes, é verdade. Ela deve estar me olhando lá de cima com muita raiva. Mas é a vida, certo? Texto é grande, já vou falando... Mas se puder ler, acho que não irá se arrepender.

Acredito que tudo isso começou lá atrás, quando eu num acesso de fúria mandei tudo para "aquele lugar". Pra quem nunca foi reprovado em absolutamente nada na vida, isso foi mais que um baque. Foi experimentar o que todos experimentaram na adolescência, só que na fase adulta.

Não vou dizer que aprendi com isso, pois acho que estaria sendo conivente com o que fizeram comigo. Meu desejo seria arrancar a cabeça de todos e dar para os cachorros comerem, mas infelizmente a lei não permite isso, é ilegal nesse mundo injusto. Foi ruim? Foi. Foi péssimo. Ver meus amigos se formando esse semestre, e eu que sempre fui um aluno exemplar deixado pra trás foi uma das piores sensações que tive na vida.

Passou maio, junho, julho. Veio agosto. Um mês muito tenso, pois fui efetivado, estava numa fase muito estressante no trabalho e na faculdade. Foi aí que tomei a decisão de parar a academia pelos dois meses pra me dedicar ao tcc. Teve um feriado complicado no meio. Eu renasci (literalmente) e terminei (oba!).

Esse semestre em si tiveram uns fatos que pesaram bastante.

O fato de eu ter parado a academia. Sorte minha que não engordei, mas ainda estou fora de forma pra correr. Tecnicamente eu nunca estive em forma pra correr, mas isso é um detalhe!
O fato de eu ter até mesmo parado de frequentar o templo budista da Shinnyo-en. Mas mesmo assim fui algumas vezes, numa delas pra acompanhar o depoimento da Denise, que foi lindo e emocionante.
O fato de eu não ter saído em nenhum dos finais de semana, já que só tinha eles pra dedicar ao TCC. Exceto um deles que teve aniversário da Verinha na balada!
O fato de mesmo eu fora de forma ter participado de duas corridas. Em plena época de TCC.
O fato de eu chegar sempre estressado em casa, a ponto de estar com olhos doendo de tanto cansaço e ficar escrevendo texto até o ponto em que absolutamente nenhuma palavra fazia sentido. E ainda ter que acordar no outro dia pra trabalhar.
O fato de, nos últimos dias, eu ter praticamente varado a noite. Em um deles, ter pedido o horário de almoço no serviço pra tirar um cochilo, pois não aguentava mais.
O fato de, no feriado de sete de setembro, depois de ter corrido e voltado pra casa, eu simplesmente me trancar no banheiro e chorar desesperadamente pois não estava aguentando a pressão e estresse no trabalho e a pressão do TCC.
O fato de eu ter feito absolutamente tudo sozinho. Não pedi pra revisarem, foi tudo eu mesmo. Pedi ajuda em coisas simples pra pessoas, que de sua forma, me ajudaram imensamente em seus atos.
O fato de o medo de outra reprovação estar me rondando. Foi muita pressão.

Até que hoje eu estava até que relativamente calmo. Mas hoje, ao chegar no Senac, uma meia hora antes da banca, me subiu uma espécie de angústia na alma. Pensei que, estava esperando o momento da banca desde que o ano começou. Que agora era minha chance. E que estava com muito, muito medo.

Para minha sorte, a banca correu tudo bem. Os professores leram, opinaram, e depois pediram pra eu sair da sala um momento. Pediram pra eu entrar e deram o veredito final. Nota 8,5, e quando ouvi isso não aguentei e... Chorei. =)

Eu esperei isso pelo ano inteiro. Se teve alguém que deu corpo e alma nisso fui eu. Acho que, de alguma forma, eu fui até o fundo do poço e descobri que lá tinha uma puta duma mola, que me jogou pra cima. Eram lágrimas por todo o desespero, a melancolia, as horas e dias em claro, os energéticos (e não foram poucos!) e tudo aquilo que me fez dedicar tanto quanto eu me dediquei no semestre passado em que fui reprovado com aquele monografia de 96 páginas.

Esse semestre, foram 103! Voltei pra casa com quatrocentas folhas na mochila, mas depois de tudo o que aconteceu, eu nem ligava mais em levar esse peso. Levei com um sorriso de bochecha a bochecha.

Muito bom. E pensar que semestre que vem tem mais... hahaha. Tem mais um semestre de TCC, o último!
Nos vemos em fevereiro então. Até lá, não quero nem ouvir falar de TCC! Já paguei todos meus pecados nesse, hahaha. Tenho até créditos. =)

Obrigado a todos pelo carinho e pela força.
E quem quis me fuder, enfia o dedo no cu e taca a mãe pra ver se quica!

Comentários

  1. Oie! Sei que é difícil eu vir aqui, mas hj não dava pra não vir, né?! Parabénssssssssssssssssss!!! Fico mto feliz, Alain, lembrei de ti e do tcc ontem, fiquei na torcida. Mas... como assim ano que vem tem mais? o.O
    hehe de qq forma, fico contente! abração!

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